Caros colegas,
No seguimento da apresentação feita na passada sexta feira, fazemos agora o ponto da situação no que diz respeito às hipóteses que consideramos mais viáveis para a entrada em Bolonha. Estas têm por base a análise dos programas/documentos relativos à reestruturação curricular.
Começamos por clarificar algumas questões:
- Entrada em Bolonha no 4º ano: Segundo a Reitoria da Universidade de Lisboa não é possível adiar o início do processo para 2009/2010, informação que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) confirma. Na resposta ao mail enviado à Reitoria a propósito desta questão, foi-nos dada a seguinte informação – fonte do MCTES e Decreto-lei 74/2006:
(Mais Informação em
- Reunião Ministerial de Londres, 16-18 Maio: http://www.dfes.gov.uk/bologna/
- Informação sobre Portugal: http://www.dges.mctes.pt/DGES
- Estudo comparativo a nível europeu: http://www.eurydice.org/portal/page/portal/Eurydice)
São ainda muitas as questões que se levantam acerca das justificações dadas para a impossibilidade de a nossa entrada em Bolonha se dar apenas no 4º ano. Além de permanecerem algumas dúvidas quanto à interpretação da lei, o problema maior com que nos deparamos prende-se com o facto de, para que se conseguisse adiar a entrada até ao 4° ano, segundo o que sabemos, seria necessário que a direcção da FML justificasse de forma coerente e muito clara, perante a reitoria e o MCES, que de facto essa constituiria a única solução possível. No entanto, até à data, a direcção da FML tem-se mostrado sempre contra esta hipótese, alegando não existirem meios logísticos e financeiros para o conseguir; os outros órgãos, nomeadamente conselho pedagógico e assembleia de representantes, que eventualmente se deveriam ter pronunciado sobre este assunto não o fizeram, nem o querem fazer.
Assim sendo, a entrada no 4º ano não é impossível, mas apresenta obstáculos à sua concretização.
Outro ponto que nos preocupa é o facto de estarmos praticamente em Junho, com época de exames à porta, e até agora a nossa transição não ter sido efectivamente pensada, nem resolvida, a avaliar pelas informações que até à data nos foram dadas.
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Com base na informação que temos, existem 2 alternativas:
• Entrada no 2° ano
• Entrada no 3°ano
Levantam-se os seguintes problemas
2. Entrada no 2° ano
- Microbiologia (incluída no troco comum): não poderia ser leccionada já no próximo ano (por impossibilidade do professor) e portanto teria de passar para o terceiro ano;
- O tronco comum, que inclui Microbiologia, Infecção e Imunidade corresponde a 126h; estas poderiam ser substituídas por cerca de 108 horas de Fisiologia, Histologia e Farmacologia, que com Bolonha passam a ser dadas no 1° ano – e que, portanto, também ficariam em falta;
- Seria ainda necessário que nos fosse leccionada a 2ª parte do Módulo I (dada na nova estrutura no 2° semestre do 1° ano) no 1° semestre, correspondendo este à Embriologia actual e a uma pequena parte de Genética e Imunologia, existindo abertura da parte dos docentes para que tal aconteça.
- Comparando as cargas horárias, sobram cerca de 20h do módulo de Microbiologia (Tronco Comum), existindo ainda uma parte do Módulo II ( previsto para o 1° semestre do 2º ano) do qual fazem parte 53h de Anatomia que correspondem a conteúdos já leccionados na Anatomia Normal. Portanto, a carga horária efectiva no 2° ano, quando comparada com a prevista na nova estrutura, não seria provavelmente muito maior;
- O tronco comum (Microbiologia, Infecção e Imunidade) é semestral (1° semestre do 2° ano) e teria que ser leccionado no 3°ano, o que implica uma cadeira a mais relativamente ao previsto.
3. Entrada no 3º ano: Perante isto muitos perguntar-se-ão porque não entrar apenas no 3° ano, visto que relativamente ao previsto na nova estrutura estaremos sobrecarregados de forma a compensar os conteúdos em falta. Tal como foi referido na apresentação da passada sexta-feira, essa parece-nos ser uma alternativa mais lesiva para os alunos dado que:
- Para além de termos Microbiologia no 3° ano de qualquer das formas, apanharíamos um módulo a meio, o módulo IV. Este módulo - que compreende as actuais cadeiras de Mecanismos da Doença, Anatomia Patológica, Farmacologia, Introdução à Clínica e Genética - na nova estrutura começa no 2° semestre do 2° ano. Assim, teríamos de atrasar o início do módulo um semestre, o que implicaria sobrecarga nos dois semestres do 3° ano, face à estrutura prevista, e provavelmente uma desadequação de conteúdos, visto que no 1° e 2° semestre termos no tronco comum (que inclui Introdução à Saúde mental, Introdução às Doenças Crónicas e do Envelhecimento, Medicina Cardiovascular e Introdução à Patologia Digestiva) que farão certamente muito mais sentido após a leccionação do Mod.IV.
- A adicionar a todas estas questões, em termos logísticos será muito provavelmente complicado ter o 2° ano e o 3° ano a ter ao mesmo tempo o Mod.IV, o que aconteceria no nosso 2° semestre do 3° ano, caso se fizesse este atraso no início do Mod.IV.
Face ao exposto:
- Queremos deixar claro que nos limitámos a analisar as informações que temos e, perante isso, a estabelecer uma proposta que nos parece ser a mais viável e menos lesiva para todos. É claro que estamos abertos a novas sugestões, que são sempre bem-vindas.
- As comparações são sempre feitas relativamente à nova estrutura curricular. Não sabemos por exemplo se efectivamente, mesmo com a compensação de conteúdos, ficaríamos com carga horária excessiva face ao actual, visto não termos acesso à carga horária total de cada cadeira nos diferentes anos da estrutura actual;
- Bolonha diz claramente que deve haver uma redução da carga horária relativamente ao plano actual de estudos; caso esta redução não possa ser assegurada devido ao processo de transição, deveríamos pedir uma especial atenção relativamente aos trabalhos que nos são pedidos extra aulas praticas e avaliações, visto estarmos num regime excepcional.
- A análise que fizemos foi sempre no sentido de defender os interesses dos alunos do 1° ano e tornar o processo de transição o menos lesivo possível; aliás, não faria sentido ser de outra forma, visto também sermos alunos de 1° ano. No entanto, julgamos que esta mesma análise já deveria ter sido feita pelos órgãos responsáveis da Faculdade, que até agora não deram qualquer resposta à questão da transição.
- Salientamos ainda que no Decreto-lei 74/2006 de 24 de Março é expressamente dito: “As regras de transição entre a anterior organização de estudos e a nova organização decorrente do processo de adequação são fixadas pelos órgãos legal e estatutariamente competentes, após audição de docentes e alunos através dos órgãos científico e pedagógico do estabelecimento de ensino (…) As regras de transição devem assegurar: a) O respeito pelas legítimas expectativas dos alunos;”. Isto não foi feito e lamentamos que assim o seja.
- Toda a análise feita nos últimos dias, poderia e deveria ter sido realizada com mais tempo e há mais tempo.
Pela comissão de curso
Maria Luís
Pela Assembleia de Representantes
Diogo Silva
Leonor Fernandes
Pela Comissão de Acompanhamento do Processo de Bolonha
António Carvalho
Maria Luís
Pela Assembleia de Representantes
Diogo Silva
Leonor Fernandes
Pela Comissão de Acompanhamento do Processo de Bolonha
António Carvalho
2 comentários:
As minhas desculpas pelos problemas no download dos ficheiros e na demora em pôr o texto disponível. Houve alguns problemas técnicos...
Alguma coisa contactem via mailing list, ou deixem comentários aqui, ok.
Leonor
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